A segurança elétrica de uma instalação é muito mais
abrangente do que apenas tarefas em uma lista de verificação. Requer um
compromisso de todos os funcionários - da gerência aos profissionais da linha
de frente - em manter uma cultura de segurança em todos os aspectos da
operação. Com o tempo, interpretações de certos padrões de segurança podem se
desviar da intenção original, criando alguns mitos sobre a melhor maneira de atender
aos requisitos de segurança.
Mito 1:
"Inconveniente" não é o mesmo que "inviável" quando se
trata de desenergizar equipamentos para manutenção
Não há dúvida de que quase sempre é inconveniente desligar
a energia para trabalhar em um equipamento, mas isso não significa que seja
inviável. Os órgãos reguladores permitem trabalhar em um circuito energizado
somente sob certas condições, inclusive quando é “inviável” desligar a energia
devido ao aumento do risco. No entanto, existe uma tendência a permitir que os
técnicos trabalhem em circuitos ativos apenas porque é
"inconveniente" desligar a energia. Isso adiciona riscos
desnecessários que geralmente resultam em acidentes.
Em situações em que é realmente impossível desligar a
energia, apenas eletricistas e técnicos qualificados para trabalhar em sistemas
energizados devem executar a tarefa. Para garantir a segurança elétrica, esses
profissionais devem tomar todas as precauções, incluindo o uso de equipamento
de proteção individual (EPI) adequado e o uso de ferramentas certificadas para
as condições encontradas.
Mito 2: Para segurança
elétrica, quanto mais EPI, melhor
Usar EPI e quanto usar, não são decisões pessoais. Um
componente pode falhar a qualquer momento. Disjuntores perfeitamente bons podem
falhar repentinamente durante a solução de um problema. Se ocorrer um arco
elétrico ao simplesmente abrir um quadro, usar o EPI correto pode significar a
diferença entre sobreviver ou não. Eletricistas e técnicos devem seguir os
padrões detalhados de EPI desenvolvidos pela Norma NR-06 no local de trabalho, estabelecidos em procedimentos
elaborador de acordo com a NR-10. No entanto, exigir que os trabalhadores usem
EPI classificados para um nível de risco muito maior do que o exigido pelo
ambiente não os tornará necessariamente mais seguros.
Utilizar o EPI correto é o mais importante. A realização
de uma análise adequada dos riscos do trabalho é fundamental para equipar os
trabalhadores com o EPI correto e garantir a segurança elétrica. Muitas pessoas
simplesmente saem e compram vestimentas e luvas grossas de alta tensão para os
trabalhadores de manutenção e de eletricidade. As luvas elétricas da classe 2
não são necessárias se se a tensão for menor (220V, por exemplo),e oferecem
muito menos destreza. Como resultado, é mais provável que um eletricista deixe
cair uma ferramenta ou um cabo ao trabalhar em um painel energizado.
Além de escolher o EPI correto, é possível escolher
ferramentas de teste portáteis que foram projetadas para facilitar o uso de
botões e giros no manuseio de luvas pesadas. Também é possível reduzir a
quantidade de EPI necessário em alguns casos, equipando os trabalhadores com
ferramentas de infravermelho sem contato (IR), como termovisores, termômetros
de infravermelho e sensores de monitoramento sem fio. Esses equipamentos
permitem que os técnicos capturem dados de fora da zona do arco elétrico.
Aliviar a necessidade de trabalhar dentro de um limite do arco ou choque elétrico, principalmente ao alternar ou
solucionar problemas, aumentará o nível geral de segurança elétrica dos
profissionais.
Mito 3: Todos as
pontas de provas e fusíveis são criados iguais
Frequentemente, os técnicos consideram pontas de provas e
os fusíveis como componentes básicos, sem pensar muito na qualidade.
Independentemente da qualidade do multímetro, estes componentes são tão importante na segurança quanto o próprio
miltimetro. Esses componentes fornecem proteção crítica contra picos de energia
(transientes) e de tensão que podem causar ferimentos graves ao usuário.
Escolhendo corretamente as pontas de prova
O trabalho principal das pontas de prova é conectar o
multímetro digital ao equipamento que está sendo testado, mas eles também
fornecem uma primeira linha de defesa contra a eletrocussão. As pontas de prova
mal fabricados, gastos ou que não são classificados para o trabalho em questão,
podem produzir leituras imprecisas e podem representar um sério risco de choque
se forem tocados no fio errado. Ao escolher as pontas de prova, procure:
·
Ponta de prova original do
equipamento
·
Materiais de alta
qualidade e construção robusta;
·
Classificação apropriada
para a categoria e nível de tensão;
·
Metal exposto que
corresponda ao potencial energético de uma medição específica;
·
Sondas retráteis, tampas da
ponta da sonda ou pontas mais curtas para evitar um curto-circuito inadvertido.
Escolha fusíveis de substituição de alta qualidade
Os atuais padrões de segurança elétrica exigem que os
multímetros digitais incluam fusíveis especiais de alta energia, projetados
para manter a energia gerada por um curto-circuito, dentro do invólucro do
fusível. Isso protege o usuário de choques elétricos e queimaduras. Na hora de
substituir os fusíveis, escolha sempre os fusíveis de alta energia aprovados
pelo fabricante do medidor. Fusíveis de substituição genéricos mais baratos
aumentam o risco de ferimentos graves.
Mito 4: A única
maneira de medir com precisão a tensão ativa é com o contato do cabo de teste
No passado, conectar diretamente sondas de pontas de prova
à condutores elétricos era a melhor maneira de obter resultados precisos. No
entanto, isso requer contato metal com metal, o que aumenta o risco e gera
possíveis danos à pessoa que faz a medição e ao equipamento que está sendo
medido.
Recentemente, foi introduzida uma nova tecnologia que
detecta e mede a tensão sem contato metal com metal. Essa tecnologia isola a
ferramenta de medição da fonte de tensão em teste. Para medir a tensão,
eletricistas e técnicos simplesmente deslizam um único fio condutor no garfo
aberto da ferramenta de teste portátil. Como eles não são expostos a pontos de
contato com tensão ativa, o risco de choque elétrico é significativamente
reduzido.
Os mitos listados acima representam apenas uma pequena
amostra dos problemas de segurança a serem considerados ao trabalhar em
equipamentos energizados. A melhor maneira de uma instalação garantir que os
funcionários entendam e sigam completamente todos os regulamentos de segurança
elétrica relevantes é desenvolver e manter uma sólida cultura de segurança com
base nas necessidades e no ambiente dessa instalação específica.
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